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História

Nascimento do GAV-Grupo Ação Voluntária

       O GAV-Grupo Ação Voluntária, foi fundado por Luiz Massato Shishito e Adriana Akemi Shishito Oliveira.
       Em marco do ano de 2002, eu estava voltando de uma consulta médica, estava também a procura de um local apropriado para replantar uma muda de Araucária que havia cultivado no quintal do apartamento onde eu residia. Entrei numa rua sem saída, que dá acesso à margem do rio Otogawa de Okazaki, quando vi um senhor aparentando uns 65 anos, sentado no chão, cabisbaixo.
       Aproximei-me dele e disse bom dia no sistema japonês, abaixando a cabeça. Ele levantou o olhar e aquilo me feriu a alma, com olhar de profundo sofrimento, logo vi sua perna esquerda com feridas sangrando, partes secas, muito suja, ele com as unhas sujas tentava fazer uma limpeza, eu disse por favor, assim vai piorar, ele ainda cabisbaixo disse-me: a outra perna sarou, mas esta não sara, vi então a outra perna cicatrizes de varias feridas curadas.
       Ele estava somente com um casaco, sem as calças, pois a mesma estava estendida ao sol, secando o sangue misto com pus sobre uma vegetação do tipo ramagem de cipós.
       Corri até o carro, peguei mais um casaco que mantinha no carro junto com as tralhas de pescas e ofereço à ele, então ele diz: “não, muito obrigado, o frio já passou e fica muito peso para carregar.”
 

       Refleti por instantes e o que me veio à mente, foi tentar oferecer ajuda em medicamentos, mas como não conhecia nenhum remédio e nem sabia como pedir solicitei a ele se poderia fotografar a perna com ferimentos para providenciar remédios, ele concordou e cliquei uma foto.
       Perguntei a ele se havia comido algo hoje, pois já eram 10 hrs passadas, ele disse: não! Peguei na carteira os últimos quinhentos ienes que tinha e ofereci, ele ficou um tempo além do normal abaixando a cabeça em agradecimento.
       Saí dali com lágrimas nos olhos e inconformado com o que acabara de ver, voltei para casa, procurei remédios de emergências, como spray espumante para ferimentos, gazes, um balde, uma garrafa de dois litros de água, álcool e saí correndo de volta, pois queria pelo menos fazer um curativo, para tentar aliviar a dor.
       Chegando ao local não mais o encontrei, caminhei pela margem do rio, mas não mais o encontrei, nem ali, nem em lugar algum em Okazaki.
       Neste mesmo dia observei sob uma ponte ali existente, que havia moradores sem tetos, pois havia um painel de encerado plástico na vertical servindo como parede de proteção do vento e chuvas e ao chão outro encerado estendido com colchões enrolados, o que estava vendo me chamou a atenção, então pensei, se aqui existem estes moradores deverá haver em outros pontos da cidade também, e me propus a pesquisar este detalhe em outros locais.
       Este foi o primeiro trabalho do GAV-Grupo de Ação Voluntária. Okazaki shi, 20 de marco de 2002.

Luiz Massato Shishito

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